Quais seriam os efeitos na baixa de Lisboa e em Cascais caso ocorresse um tsunami?

Quer num caso quer no outro (Lisboa e Cascais) já foram realizados estudos que mostram quais seriam as zonas inundadas e também qual a velocidade da corrente associada ao tsunami. Mesmo uma pequena altura de água (por exemplo pelo joelho) pode arrastar uma pessoa se a velocidade da corrente for muito elevada (ver figura).

As autoridades locais dispõem desta cartografia e os planos de emergência deverão tê-la em consideração. Atenção que a inundação (e correntes) provocadas por um tsunami são muito variáveis pois dependem de vários fatores como o relevo e batimetria junto à costa, obstáculos, etc. O nível de segurança a definir, baseado na modelação, deverá ser bastante conservador para englobar os casos piores de inundação.

Relativamente à comparação com o tsunami de 1 de novembro de 1755 os estudos apontam para que a Baixa de Lisboa não sofra uma inundação tão severa. As razões são várias. Por um lado, o nível térreo da Baixo sofreu uma elevação de mais de 1 metro na altura da reconstrução desencadeada pelo Marquês de Pombal. Por outro lado, ao longo da margem do rio foram erigidas construções e molhes que oferecem barreiras que dificultam a propagação do tsunami para o interior. A modelação do tsunami realizada levou em consideração esta nova realidade e por isso não é possível transpor o nível de inundação de 1755 para a atualidade. Devemos ainda ter em consideração que a zona inundada vai ser diferente se o tsunami atingir a cidade em condições de maré cheia ou de maré vazia. A 28 de Fevereiro de 1969, o tsunami gerado pelo sismo de magnitude 8.0 atingiu a costa Portuguesa em condições de maré vazia.