Guess Who? / Quem é Quem? – Rodrigo Silva

Where have you heard of someone working on solar energy and sports analytics at the same time?Rodrigo Silva, student of the Earthsystems PhD Program and member of the Energy transition group of  IDL is currently a visiting scientist at the National Center for Atmospheric Research (NCAR) in Boulder, USA. He is the third guest of the "Guess Who?" news sections of IDL.(Versão Portuguesa no final da página)IDL - Rodrigo, can you tell us what does your research consist of?Rodrigo Silva (RS) - The passage of clouds over a photovoltaic (PV) system can result in power variations up to 80% in a matter of seconds. This can be an issue for the electric grid management where the energy generation must be identical to its demand at every given moment, since it is difficult to know when the passage of clouds happens. Thus, my research  focuses on developing solar forecasting models which support grid management. In particular, I evaluate the impact of integrating information from PV systems or radiation sensors, as if they were remote “cloud detectors”. As side projects, I also work on other PV-related topics as well as sports analytics.IDL - Why did you decide to do part of you PhD at NCAR?RS - My main motivation for visiting NCAR was to work directly with people who have different academic backgrounds. I studied engineering at FCUL and now I find myself working with meteorologists and data scientists. Another reason for coming to NCAR was the fact that the research center is involved in the biggest U.S. projects related with solar forecasting.Interestingly, I was unaware of NCAR’s reputation when I first contacted them back in 2014 for a Fulbright scholarship application. Only after starting my PhD in 2015, and from talks with meteorology and oceanography colleagues, I began to realize NCAR’s importance.IDL - What are your expectations for your stay in the USA?RS - I decided to focus my expectations on learning and on creating good relationships with the people from NCAR. Learning because being here is a unique opportunity to directly (and personally) ask questions, discuss and propose ideas. Creating good relationships is a key element on promoting future collaborations and visits.IDL - So far, are you enjoying living in the USA? What do you like the most? What do you like the least?RS - Boulder is partly a flat city with an amazing bicycle lane infrastructure and yet with not so many bicycles circulating. This gives me a Netherlands-like experience (which was something that always interested me) without the chaotic traffic. However, Boulder has a considerably dry environment. So now, dry throat, static shocks and lip balm are common for me.IDL - How is your daily routine as a scientist different in the USA, when compared to Portugal?RS - The main difference is that now I read books (a first since I started my PhD). In my opinion this was driven by two main factors: 1) working with people who make use of different skill sets, who frequently suggest me new reading material; 2) leaving Lisbon with no pending work and with a submitted first paper made me more “mentally available”. Up to now, I had been (selfishly imposed) working in a more result-oriented fashion, focusing my reading on scientific papers. Despite being a format which excels in giving summarized overviews (while focusing on results), it can only do as much as a learning tool. I’d say that “back to basics” describes quite well my current mindset.IDL - Do you have any advice to give to students who are just starting their PhD?Keep calm and… keep calm! At the beginning of my PhD, I felt lost a couple of times (to avoid saying “a lot”), specially because you want to show your worth and you're hungry for results. Just work hard and pile up experience. Without even noticing, you'll start “seeing the wheels turning”.IDL - What are the next steps in your work and when are you coming back to Portugal?RS - While at NCAR I intend to learn how to use machine learning methods, a set of very versatile tools which have showed promising results in my research field. Additionally, I want to work on assimilating different data sources (PV systems, weather stations, satellites, weather forecasts) in my models.I intend to return by the end of September, already with a project in mind which I hope we’ll be able to talk about soon.IDL - If you weren't a scientist, you would be…RS - Honestly, I can only see myself as one. It’s a role that allows me to learn, teach, communicate and work on completely different and unpredictable things. Where have you heard of someone working on solar energy and sports analytics at the same time?!


 
Já ouviu falar de alguém que trabalha em energia solar e análise de dados de desporto ao mesmo tempo?Rodrigo Silva, estudante do programa doutoral Earthsystems e membro do grupo de Transição Energética do IDL  encontra-se atualmente a fazer parte do seu doutoramento no National Center for Atmospheric Research (NCAR) em Boulder nos EUA. Ele é o terceiro convidado da rubrica “Quem é Quem?" das notícias do IDL.

IDL - Rodrigo, em que consiste o teu trabalho de investigação?Rodrigo Silva (RS) - A passagem de nuvens sobre um sistema fotovoltaico (PV) pode resultar numa variação de potência até 80%, numa questão de segundos. Isto pode ser um problema para a gestão da rede elétrica, onde a produção deve igualar o consumo a cada momento. O problema surge não devido à variabilidade em si, mas porque é difícil saber quando a passagem de nuvens vai ocorrer. A minha investigação foca-se, por isso, no desenvolvimento de modelos de previsão solar que suportem a gestão da rede. Em particular, procuro avaliar o impacto de integrar informação de um conjunto de sistemas PV e/ou sensores de radiação, tal como se estes fossem “detetores de nuvens” remotos. Trabalho também em projetos paralelos relacionados com PV e com análise de dados em desporto.IDL - Porque é que decidiste fazer parte do teu doutoramento no NCAR?RS - A minha principal motivação para visitar o NCAR foi o facto de poder trabalhar diretamente com pessoas com historiais académicos diferentes do meu. Tendo estudado Engenharia da Energia e do Ambiente na FCUL, vejo-me agora a trabalhar com meteorologistas e cientistas de dados. Outro fator de motivação importante é o envolvimento do centro de investigação nos maiores projetos americanos na área da previsão solar.Curiosamente não tinha noção da reputação do NCAR, quando entrei pela primeira vez em contacto com eles em 2014, no âmbito de uma candidatura a uma bolsa Fulbright. Apenas depois de começar o meu doutoramento em 2015, e através de conversas com colegas que trabalham na área de meteorologia e oceanografia, comecei a compreender a importância deste centro.IDL - Quais são as tuas expectativas para a tua estadia nos EUA?RS - Decidi focar as minhas expectativas em aprender e criar um bom relacionamento com as pessoas do NCAR. Aprender, porque estar aqui é uma oportunidade única de diretamente (e pessoalmente) fazer perguntas, discutir e propor ideias. Criar um bom relacionamento com as pessoas do NCAR, porque este é um aspeto fundamental para promover futuras colaborações e visitas.IDL - Estás a gostar de viver nos EUA? De que é que gostas mais? E menos?RS - Boulder é uma cidade que, embora em boa parte plana e com uma rede de ciclovias fantástica, ainda assim não tem muitas bicicletas a circular. Viver aqui é, por isso, uma experiência (em termos de bicicleta) semelhante à que se vive em países como a Holanda (algo que sempre me interessou), mas sem o trânsito caótico. Por outro lado, Boulder é um local bastante seco. Garganta seca, choques de estática e batom para o cieiro tornaram-se, como tal, parte integrante do meu dia-a-dia.IDL - Como é que a tua rotina diária de cientista nos EUA difere daquela que vives em Portugal?RS - Diria que a principal diferença é a leitura de livros (uma estreia desde que comecei o meu doutoramento). Penso que este novo hábito foi motivado por dois fatores: 1) trabalhar com pessoas que utilizam conhecimentos de áreas diferentes da minha e que frequentemente me sugerem novos materiais de leitura; 2) sair de Lisboa sem trabalhos pendentes e ter já submetido o meu primeiro artigo, o que me tornou mais disponível mentalmente. Até então, estava mais concentrado na obtenção de resultados (autoimposição), tendo focado a minha leitura maioritariamente em artigos científicos. Embora este formato prima em abordar temas de forma resumida (dando ênfase aos resultados), é uma ferramenta de aprendizagem algo limitada. Diria que “regresso ao básico” descreve bastante bem o meu estado de espírito atual.IDL - Tens algum conselho a deixar a estudantes que estejam agora a começar o seu doutoramento? Manter a calma e… manter a calma! No princípio do meu doutoramento senti-me perdido algumas vezes (para não dizer muitas). E torna-se stressante quando “princípio” significa um ano e meio, ainda mais quando se procura mostrar valor e se tem “fome” de resultados. É preciso trabalhar e acumular experiência . Sem nos apercebermos, começamos a “ver as rodas girar”.IDL - Quais são os próximos passos no teu trabalho e quando regressas a Portugal?RS - Durante a minha estadia no NCAR, tenciono desenvolver competências em métodos de machine learning, ferramentas muito versáteis e que têm demonstrado bons resultados na minha área de estudo. Quero também trabalhar na integração de fontes de dados diferentes (sistemas PV, estações meteorológicas, satélites, previsões meteorológicas) nos meus modelos.Regresso a Portugal no final de Setembro, já com um projeto novo em mente, sobre o qual espero falar em breve.IDL - Se não fosses um cientista, serias…RS - Para ser honesto, apenas me vejo como sendo um. É uma função que me permite aprender, ensinar, comunicar e trabalhar em áreas completamente diferentes e imprevisíveis. Onde é que já se ouviu falar de alguém que trabalha em energia solar e análise de dados de desporto ao mesmo tempo?!

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